BFCC leva Brasil à Estação Espacial Internacional
Pela primeira vez em mais de uma década, o Brasil voltará a enviar um experimento à Estação Espacial Internacional (ISS, sigla em inglês) para ser realizado por um astronauta. A iniciativa é da Brazil-Florida Chamber of Commerce (BFCC) que ofereceu a oportunidade a Missão Garatéa, o mesmo consórcio espacial que está planejando a primeira missão lunar brasileira, com lançamento marcado para 2021.
Batizado Garatéa-KSCIA-ISS, o projeto fará parte da 12ª edição do Student Spaceflight Experiments Program (SSEP), ação anual do governo americano em conjunto com a Agência Espacial Americana (Nasa) para engajar a comunidade estudantil em experimentos educacionais realizados no espaço. “É a primeira vez que uma comunidade fora da América do Norte teve aprovação no programa, e estamos muito animados com a oportunidade”, diz Lucas Fonseca, diretor da iniciativa no Brasil.
A oportunidade foi aberta por meio da Câmara de Comércio Brasil-Flórida, que ajudou na busca de um projeto de impacto que pudesse alinhar interesses brasileiros e americanos. A intersecção encontrada foi com a Kennedy Space Center International Academy (KSCIA). “Penso que a maior importância de uma colaboração desse porte é a oportunidade de inspirar a futura geração que eventualmente atuará em alguma área do programa espacial”, diz Jefferson Michaelis, presidente da Câmara de Comércio Brasil-Flórida.
Para o Brasil, abre-se uma oportunidade gigantesca, uma chance de reviver a aliança com a ISS e ao mesmo tempo possibilidade a jovens brasileiros e a educadores de inserção na área de espaço. Para os EUA, uma oportunidade de conhecer o lado do Brasil, talentoso, criativo e inovador, o que possibilitará a criação de novas oportunidades entre as duas nações.
Jefferson Michaelis
O experimento brasileiro deve ir à estação espacial em 2018 e contará com a participação de crianças do sétimo ano – com cerca de 13 anos de idade, tanto do ensino público como do privado. Desde 2006, quando a Missão Centenário levou à Estação Espacial Internacional o primeiro astronauta brasileiro, Marcos Pontes, estudantes brasileiros não têm uma oportunidade como essa.
Colaboração com colégios no Brasil
O projeto não tem financiamento público , e sim apoio da iniciativa mista privada para sua realização. “Este primeiro ano estamos tratando como um piloto”, explica Fonseca.
A iniciativa inicial ocorre neste ano, em conjunto com a BFCC, KSC International Academy, Missão Garatéa, colégio Dante Alighieri, Escola Perimetral e Projeto Ancora de São Paulo. Neste primeiro ano, a escola Dante foi indicada por Lucas Fonseca, que ofereceu suas estruturas de salas, laboratório e professores para o planejamento e a realização do experimento. Como contrapartida, seus alunos participarão do projeto, combinados a estudantes oriundos do ensino público.
Os alunos brasileiros responsáveis pelos experimentos ainda participarão de um congresso de apresentação de resultados no museu nacional de ar e espaço Smithsonian, em Washington D.C., tendo chance de interagir com estudantes americanos que participarão do mesmo programa.
O objetivo do projeto é ampliar o interesse dos estudantes brasileiros pelas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática, essenciais para o desenvolvimento do Brasil, e desenvolver um caminho rápido de amadurecimento de iniciativas espaciais privadas e de capacitação tecnológica para futuros projetos e participação no Science Days.
Em 2018, este projeto será realizado em aliança com mais escolas participantes no Brasil.
Com informações da Assessoria de Comunicação do projeto nos Estados Unidos.